Ritual de passagem

Estou presa a finas gotas de aço,
presa a finas gotas de negro.

E se me sinto presa ao passo apressado, recuo, reduzo e penso um bocado.

É um ritual de recomeço.
É o que me atrai e com o qual eu me pareço.

Quando estamos juntos, voltamos a ser crianças.
Nada me parece estranho, é sempre uma primeira vez.
Quero salvar-te e isso é salvar-me a mim.

O fogo ateou o quarteirão,
ficámos a vê-lo a arder.
Ninguém se mexeu…
tudo o que criámos, ardeu!

O que me renova também me arrasa. Tenho de criar tudo de novo. Ninguém se mexeu, tudo o que criámos ardeu.
E quando grito, a voz não sai.
E se corro as ruas, a voz cai.
Tenho de criar tudo de novo.

Quando estamos juntos, voltamos a ser crianças.
Nada me parece estranho, é sempre uma primeira vez.

Quero salvar-te e isso é salvar-me a mim.

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