Estou além sono, num sonho de papel, fio de ópio, sombra chinesa tatuada no céu.
Hoje não me apetece ser do contra, uma enfant terrible.
Quero apenas os novos códigos, quero apenas entrar e participar.
Cruzar-me num sonho que seja possivel para ambos.
És o meu Anjo da Guarda e eu dou-te trabalho...
Tu és o meu "Homem-Livro", o meu agasalho:
que lê para mim todas as noites, que me levanta sempre que caio.
Como eu gostava de retribuir. Como eu gostava de aprender a pedir.
Quando as palavras não dizem o que somos.
A cidade está submersa numa manhã chuvosa.
Pântanos e dinossauros tomam de assalto as avenidas.
A menina tem insónias e só às vezes dorme.
Desaparece e acorda com fome e acorda com fome.
Esta é a minha nova dor. Diz-lhe olá, não a faças esperar.
Quando as palavras não dizem o que somos.
Gastamos em tinta o que prometemos em sonhos.
Quando as palavras não dizem o que somos.
Oh! Meu Anjo da Guarda, eu sei que te dou trabalho.
Eu e tu somos iguais... eu queria tanto fazer-te feliz...
Não esperes que eu consiga mudar da noite para o dia
Luz vaga, luz vesga, a tua cruz
Já não sai da cama, a minha luz
Da sala, do quarto
Pilha a palavra
Troca a quantidade, do assunto modal
A tensão está normal
O lábio fora da boca,
A boca fora do mal
Os teus olhos não são de gente
O teu ar foge para cima
Tens a perna no cimento,
Tens a mão no pensamento
Ciclope, cicloturismo
Na parte de fora, na nesga do abismo
Imaginário que remete, para onde ainda não fui
Convite ao Universo
Com a tua própria câmara
Fecho a luz num olho
Prego a tábua à sensação
Som da casa, quando não estás...
Dancei para te ver aqui,
eu sei que nada mais pode me ajudar
É do nono andar? Sim
Quis pedir ajuda, mas a língua estava morta
Sei lá! Parei de olhar,
tenho uma corda acesa, prestes a queimar
Não és capaz de me levar a sério.
Vou saltar em teu lugar.
Sei que nada mais pode me ajudar
Atrasa o passo
Leva o lenço à boca
Fica na mira do choque frontal
Não é doença, é um animal
Um ruído feito no acto de fingir
seres mau, mesmo a dormir
Eu não quero ser
Eu não quero pedir
Mas estou a perder
E não sei que fazer mais
O que eu era desapareceu
E quando falo parece, parece
Que não sou mais eu
Tento encontrar-me, desenrascar-me
Já faço a cama
Ando ocupada a tentar fugir de ti
Mas mais longe é mais perto
Mais difícil fazer o correto, o que está certo
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar…
Mas a seguir peço para voltar
Para mim nunca foi um jogo
Foi apenas um retrato
Onde ficávamos bem os dois
Onde as dúvidas são para depois
Gosto mesmo de ti
Mas tu nunca estás
Nunca estás aqui
Por isso
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar
Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti
Eu gosto mesmo de ti
Tento encontrar-me, desenrascar-me
Mas quanto mais longe, mais perto de ti
O que eu era desapareceu
A culpa persegue-me, eu não sou mais eu
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar
Cedo o meu lugar
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que decore os teus planos e que não se esqueça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que te dê tudo e que nem pareça
Cedo o meu lugar a quem te mereça
Que fique do teu lado e que não esmoreça
Cedo o meu lugar
Mas a seguir peço para voltar
É que eu gosto mesmo de ti
Eu gosto mesmo de ti
Segue este caminho, meu bem
Onde nossos sonhos ganham asas
E as fronteiras que ainda pisas
Pontes vão virar
Segue esta pegada, meu bem
Firme é o chão em que ela agora assenta
Se passo a passo tudo se orienta
Deixa a coisa andar, vais ver
Se todos os caminhos vão a Roma
E Roma é amor lido ao avesso
Eu sei que nosso trilho é um começo
Vamos lá chegar
Se todos os caminhos vão a Roma
E Roma é amor lido ao avesso
Eu sei que nosso trilho é um começo
Vamos lá chegar
Segue aquela nuvem meu bem
Vê como além dança com o vento
Vamos agarrar este momento
Ver o que isto dá
Chegará o dia talvez
Em que nos riremos deste tempo
Do amor e seu doido labirinto
Vai ser bom lembrar
Se todos os caminhos vão a Roma
E Roma é amor lido ao avesso
Eu sei que nosso trilho é um começo
Vamos lá chegar
Se todos os caminhos vão a Roma
E Roma é amor lido ao avesso
Eu sei que nosso trilho é um começo
Vamos lá chegar
Todos os caminhos vão a Roma
Vão a Roma
Vão a Roma
Se todos os caminhos vão a Roma
E Roma é amor lido ao avesso
Eu sei que nosso trilho é um começo
Vamos lá chegar
Amigos como sempre
Dúvidas daqui pra frente
sobre os seus propósitos
é difícil não questionar.
Canto do telhado para toda a gente ouvir
os gatos dos vizinhos gostam de assistir.
Enquanto a musica não me acalmar
não vou descer, não vou enfrentar
o meu vício de ti não vai passar
e não percebo porque não esmorece
ao que parece o meu corpo não se esquece.
Não me esqueci, não antevi, não adormeci, o meu vício de ti
Levei-te à cidade, mostrei-te ruas e pontes
Sem receios atrai-te as minhas fontes
Por inspiração passamos onde mais ninguém passou
Ali algures algo entre nós se revelou.
Enquanto a música não me acalmar
não vou descer, não vou enfrentar
o meu vício de ti não vai passar
não percebo porque não esmorece
será melhor deixar andar
Será melhor deixar andar
Não me esqueci, não antevi, não adormeci, o meu vício de ti
Eu canto a sós pra cidade ouvir
e entre nós há promessas por cumprir
mas sei que nada vai mudar
o meu vício de ti não vai passar, não vai passar...


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