GNR: Os primeiros 45 anos

Todos podemos pensar seja o que for de todos
Todos podemos ver seja o que for em todos
A felicidade é estúpida e só nós o sabemos
A vida é assim ou assado e nós fomos os primeiros
Nós somos inteligentes para conhecer a verdade
Perguntem ao meu espelho,
perguntem ao meu espelho.

Todos pensamos demais seja o que for de todos
Todos falamos de mais seja o que for de todos
A felicidade é estúpida e só nós o sabemos
Nós valemos a pena, perguntem ao espelho
Perguntem ao meu espelho,
perguntem ao meu espelho

Perguntem ao meu espelho,
perguntem ao meu espelho
Ao meu espelho
Ao meu espelho...

Há no céu da boca
Um sabor a mel fel
Toda a beleza é pouca
Ninguém manda no bordel

Há na China
Uma barragem suicida
Para quem quer mudar de vida
Um chamado investimento

Apaga as luzes
Já é de manhã
Aproveita o vento
Finge um sentimento

Há no clima
Uma alteração no tempo
E quando muda a hora
Lá vem sofrimento

Liga a cadeira eléctrica
Sente a energia
Funciona tudo por magia
Liga
Cadeira eléctrica
Corta a corrente
Passa tudo
Tudo por magia

E quem causa inveja
E fuma escondida da mãe
Vida tão chata
Onda tão curta
Moda tão fora, sai
Que um raio a parta
E salta, puxa, pula, daqui até ao Sol

Mas aos dezasseis
É só de uma vez
Tens o desgosto de vestir como os dj's
E com dezasseis
Já falta pouco para sentir noventa e seis

À volta do quarto
Núvem de cabelo em pé
Pintura de guerra
Multiplica por quatro
Vejo o teu retrato em pó
E o rádio berra
Estou farto e farta e farto e farto de estar só

Mas aos dezasseis
Só de uma vez
Tens o desgosto de vestir como os dj's
E com dezasseis
Nunca se teve tempo de ler o Senhor dos Anéis
Só de uma vez
Tens o desgosto de vestir como os dj's
E aos dezasseis
É de esperar alguém gritar
Sweet Little Sixteen
Sweet Little Sixteen

Mas aos dezasseis
Só de uma vez
Tens o desgosto de vestir como os dj's
E com dezasseis
Já falta pouco para sentir os noventa e seis
Só de uma vez
Tens o mau gosto de vestir como os dj's
E aos dezasseis
É de esperar alguém gritar
Sweet Little Sixteen
Sweet Little Sixteen

Há um prenúncio de morte
Lá do fundo donde eu venho
Os antigos chamam-lhe relho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússola não sei se existe
E o plano talvez aborte

Nem guerra, em bairro ou corte
É a pronúncia do Norte
É um prenúncio de morte
Corre o rio para o mar

Não tenho barqueiro
Nem hei de remar
Procuro caminhos
Novos para andar

Colheste os ramos
Onde pousavam
D geada, às pérolas
As fontes secaram

Corre o rio para o mar
E há um prenúncio de morte

E as teias que vidram
Nas janelas
Esperam um barco
Parecido com elas

Não tenho barqueiro
Nem hei de remar
Procuro caminhos
Novos para andar

É a pronúncia do Norte
Corre o rio para o mar

Vivo numa ilha sem sabor tropical
A fauna é variada demografia acidental
Não é de origem elevada díficil de recensear
É mais que uma ilha é quase continental

Não está cercada por água mas não faz mal
Quem a rodeia por vezes é a força policial

Baby Doc ou Papa Doc nunca vi
Nem qualquer ditador da America Central
Cá não há candidato à autarquia local
Só orgulho analfabeto mas com cultura geral

É tudo a mesma fruta, a mesma caldeirada
É uma gente educada na anarquia total
É tudo a mesma fruta, a mesma caldeirada
É uma gente educada na anarquia total

Vivo numa ilha sem sabor tropical
Não é de origem vulcânica
Mas tem lama no Natal
É mais que uma ilha é quase continental

Não há saneamente básico
É o Bairro Oriental

Quando um barco tem pés pra andar
E as ondas só vêm chatear
Lá do fundo do mar imundo imenso sais
Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais
E vendes o cais

Quando o barco se está para afundar
E só esses ratos não o quiserem abandonar
Quando a maré negra chegar
E não houver ninguém pro crude limpar

Se o pescado morre ao lado
Se ainda se ama o mar salgado
Então é ver no cinema se ainda há
Lodo no cais
Se o mercado impera e somos
Todos iguais
Muito cuidado quando escorregas
Sempre cais
Se o mercado emperra
E vais sempre longe demais
Atenção cuidado voltas ao cais

Há luz na artéria principal,
Ardem as chamas de dois sóis
Há luta na arena artificial
Corre o sangue mato-me primeiro e a ti depois

Al huir de una investida
Es como saltar una hoguera
La barrera de fuego una frontera

Ao fugir da própria vida
Sem correr e sem saltar
Oculto o sangue que tenho para dar

Flores como la sangre
Correran entre mis venas
Ardem como el deseo
Tu prison y mis cadenas

Ao fugir da própria vida
Sem correr e sem saltar
Oculto o sangue que tenho para dar

Al huir de una investida
Es como saltar una hoguera
La barrera de fuego una frontera

Ao fugir de uma investida
Como saltar a fogueira
A barragem de fogo, uma fronteira

Al dejar la propria vida
Sin volver la pista atras
Guardaré la sangre que tengo para dar

Al huir de una investida
Es como saltar una hoguera
La barrera de fuego una frontera

Ao fugir da própria vida
Sem correr e sem saltar
Oculto o sangue que tenho para dar

Ao fugir de uma investida
Es como saltar una hoguera
Uma barragem de fogo, uma fronteira

Al dejar la propria vida
Sin volver la pista atras
Oculto o sangue que tenho para dar

Eu bebi, sem cerimónia o chá
À sombra uma banheira decorada
Num lago de champô

E dormi, como uma pedra que mata
Senti as nossas vidas separadas
Aquário de ostras cru

Ana Lee, Ana Lee
Meu lótus azul
Ópio do povo
Jaguar perfumado
Tigre de papel

Ana Lee, Ana Lee
No lótus-azul
Nada de novo
Poente queimado
Triângulo dourado

Se ela se põe de vestidinha
Parece logo uma princesinha
Num trono de jasmim

E ao vir-me
Embora em verde tônico
No país onde fumam as cigarras
Deixei-a a sonhar por mim

Dunas, são como divãs
Biombos indiscretos de alcatrão sujo
Rasgados por cactos e hortelãs
Deitados nas Dunas, alheios a tudo
Olhos penetrantes
Pensamentos lavados

Bebemos dos lábios, refrescos gelados
Selamos segredos
Saltamos rochedos
Em câmera lenta como na TV
Palavras a mais na idade dos porquê

Dunas, são como divãs
Quem nos visse deitados de cabelos molhados bastante enrolados
Sacos camas salgados
Nas Dunas, roendo maçãs
A ver garrafas de óleo boiando vazias nas ondas da manhã

Bebemos dos lábios, refrescos gelados
Nas dunas!
Em câmera lenta como na TV
Nas dunas
Nas dunas
Nas dunas
Nas dunas
Refrescos gelados
Como na TV
Nas dunas

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