Alguém já me disse
Qu´esta vida são dois dias
Toca a despachar
A festa vai começar
Alguém trouxe pão
Alguém trouxe vinho
Nós trazemos música
Outros o carinho
...
Tu faz-te ao caminho
Acendam as luzes
Acendam as fogueiras
Aticem essas brasas
Retirem as cadeiras
Quero esta festa toda decorada
Com fitas de cores
E gente animada
Ouviu-se o foguete
estalando no ar
Rebentamos com a música
Quero tudo a saltar
Sorriso bem aberto
as duas mãos ao ar
Tu chega-te mais perto
Ensina-me a dançar
Menina bonita
Sentada lá no canto
Deve estar à espera
D´alguém que vem de longe
D´alguém que se atrasou
Deve estar a chegar
Ela alisou a roupa
E sorri com o olhar
E tomaram-se nos braços
E voltaram-se no ar
E dançaram toda a noite
E acabaram por se amar
sorriso bem aberto
as duas mãos ao ar
Tu chega-te mais perto
Ensina-me a dançar
E a rapaziada
Parece já cansada
vamos todos lá abaixo
Trazê-los de mãos dadas
E podem começar
Outra vez a saltar
Outra vez a pular
A festa vai continuar
E já pode vir pra cima
As duas mãos ao ar
A vida são dois dias
E eu já sei dançar
E tomaram-se nos braços
E voltaram-se no ar
E dançaram toda a noite
E acabaram por se amar
Nasci numa Quimera
Estrelas no céu à minha espera
Vou pela noite, vou embriagado
O Sol distante ficou de lado
Pudesse eu não ter limites
Gritar ao mundo que tu existes
O rosto, sufocado
O som abrindo, muito lembrado
Como se fosse o meu Abril um canto
De um poema, algures deixado
Pudesse eu não ter limites
Gritar ao mundo que tu existes
Porque é com nomes que alguém sabe
Qual o sabor de uma liberdade
Chegam mais vozes a um silêncio que arde
Paro agora, no fim do porto
Esquina suja
Onde apoio a mão
Os dias passam longe de mim
Por tudo quanto já passei
Por tudo que um dia
Espero ver.
Já se vê o mar
Nesta fogueira
Nesta fuga ao nada
Ainda tento a libertação.
Olho agora o ponto de fuga
Tábua lisa
Onde salto o medo
Quem me chama do outro lado
Por tudo quanto já passei
Por tudo que um dia
Espero ver.
Já se vê o mar
Nesta fogueira
Nesta fuga ao nada
Ainda tento
A libertação.
Procuro o teu olhar urgente
Como ternura devagar
Como inocência de repente
Distingo a lua do luar
Caminho e corro sem saber
Toda a distância da vida
Quero encontra-te para aprender
Labirintos sem saída
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Nasceu para ti
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Existe para ti
Tantas planícies na terra
para te dedicar
Os horizontes e o céu
Para te oferecer
Todo o tamanho do mar
Montanhas altas para te dar
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Nasceu para ti
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Existe para ti
O mundo para ti
Só para ti
Só por um momento, na curva da estrada
falas-me de ti, do rumo que tarda
é hora de escolher, e p’ra ti é tudo ou nada
És filha do mundo, com vontade de mudar
......rompes o silêncio, à prova de bala
dás-me a tua voz, que nunca se cala
já não te queixas de mim,
mas nada nasce no fim
Onde está a revolução, eu já não te posso valer
descontas no tempo, um estado de graça
beco com saída, fogo que não passa
amanhã longe daqui,
serei eu que te perdi
Mas tu
Vai e sê feliz
não olhes para trás (deixa lá)
vai e sê feliz
E só + 1 vez, só de 1 vez
vai e sê feliz por mim, sê feliz por ti
Vai e sê feliz
Vai e sê feliz
Diz o ditado que dos fracos
não pode rezar a história
mas a verdade é bem diferente
confirmada dia-a-dia com rigor
por todos esses números que não mentem
e apontam Portugal à cabeça
da Europa Ocidental, no orgulho masculino.
Ergam-se Donas de Bem
e exultem de alegria
benditas sejam vós entre as mulheres.
Ah, homens rudes sem encanto
escondem o medo nos seus punhos.
Mulheres que o dever abafou
de joelhos à espera de um berro.
A ordem social de um Deus
a quem os homens chamam seu
suprema cobardia que recuso
e vos convido a gritar.
Ergam-se Donas de Bem
e exultem de alegria
benditas sejam vós entre as mulheres.
/--/
Que foi que aconteceu
Quem foi que se enganou
O que alguém prometeu
É mesmo para rir
Alguém escondeu segredos
Que eu precisei saber
Mas já perdi os medos
Tanto pra dizer
Rir
Com isto só me posso rir
Alguém trocou o plano
Alguém viu e calou
Houve aqui um engano
E ninguém me avisou
Quem foi que deu as cartas
Sem ninguém as pedir
Jogou mentiras fartas
Para depois fugir
Rir
Com isto só me posso rir
Letra: Sebastião Antunes
Música: Carlos Moisés
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