No chão rastejaste como um cão
Cinzas que caem do céu,
Lembram-me que és feito de papel!
Talvez venhas a saber largar
Elevar os olhos de vez,
Baixa estima julga-se ganhar!
Há quem diga: "O que eras tu sem dom?"
Há alguém que não te incite à dor em vão!
Pois bem, agiste como um refém
Não te serve de nada a lei,
Assim não temas de ninguém!
Há quem diga: "O que eras tu sem dom?"
Há alguém que não te incite à dor!
Manobra de levar-te a não cair em vão!
O tempo soma e segue e tu começas a agarrar dizendo
Que os sentidos cobram sonhos é a hora de mitigar!
Há quem diga: "O que eras tu sem dom?"
Há alguém que não te incite à dor!
Manobra de levar-te a não cair!
Acordo ou deixo dormir
O meu monstro da noite
Era bom poder, sorrir...
Em escassas horas de sono
Assim sento e recolho
Ao frio da insónia
Que vi, em mim...
Faz-me revirar o tempo
O monstro não me deixa não...
Dessa mente que não quer sossego!
Dessa mente que não quer sossego!
Murmúrios ou medos
Há quem durma sem jeitos
Em cima de uma cama
A rir, de mim...
Faz-me revirar o tempo
O monstro não me deixa não!
Faz libertar ao escurecer a mente
Que amanhã eu devo ir trabalhar!
Mais do mesmo se encontra...
Nestas horas de ponta
O corpo pede a alma pra dormir,
Em mim...
Faz-me revirar o tempo
O monstro não me deixa não!
Faz libertar ao escurecer a mente
Que amanhã eu devo ir trabalhar!
Num sonho por sonho
Num monopólio de oiro
O vício da insónia
Não consegui...
Fica, sobe-me a estima!
Baixa na língua que está presa por um fio.
Não insistas em fugir!
Estico-me, procuro teu limbo!
Um corpo divino que só fica quando dói.
Pensar que não é meu!
Não sei dar!
Não sei como te dar!
Não sei como chegar!
Não sei como dar-te a mão!
Exijo-te um tempo infinito!
Um servo cativo na tormenta que se impõe.
É lesivo para os dois!
Crio um modo obsessivo!
Nesse labirinto que planeio destruir,
Mas deixo isso p'ra depois!
Longe de ficar privado na espera do teu ser,
Volto a celebrar o que é meu!
Fora do limite no "supremo e eterno lugar",
Fixo na ideia de te encontrar!
Não sei como te dar a mão!
Não sei como...
Faz com que eu olhe
O fim de nós
E a pressa que o tempo tem...
Razão para nos deixar tão sós.
Se não houver amanhã,
Acaba o teu ódio também.
Se não houver amanhã,
Guarda o teu ódio também.
Faz com que eu não olhe
A dor como cura em nós.
Em jeito de amor-perfeito,
Recorda a quem já deste a mão.
Se não houver amanhã (...)
Porque eu não vi outra forma.
Não conheci outra hora.
Eu fugi por ser o que tu não vês...
Em ódio tu lês,
Em ódio tu vês, um amanhã, um amanhã,
Um amanhã, um amanhã talvez...
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