Mariazinha, deita os olhos pro mar
Pela tardinha, quando a noite espreitar
E no verde das águas sem fundo
Já se perde da esperança do mundo, a afundar, a afundar
Mariazinha, deita os olhos pro mar
Tão pequenina, sem saber que pensar
Vê a roda do mundo girando
E os navios ao longe passando, sem parar, sem parar
Mariazinha, deita os olhos pro mar
Tão quietinha, a chorar, a chorar
Uma fonte de sangue no peito
Uma sombra na boca e um trejeito no olhar, sem parar
Mariazinha, deita os olhos pro mar
Tão caladinha, a chamar, a chamar
Vai pro fundo da noite fria
Numa barca de rendas, vazia, a afundar, sem parar
Mariazinha, com rendas de algas tapada
Tão quietinha
No fundo do mar pousada
Maio, maduro maio, quem te pintou
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou
Raiava o Sol já no sul
Ti-ri-tu-ri-tu-ri-tu-ru
Ti-ri-tu-ru-tu-ru
E uma falua vinha lá de Istambul
Sempre depois da sesta chamando as flores
Era o dia da festa, maio de amores
Era o dia de cantar
Ti-ri-tu-ri-tu-ri-tu-ru
Ti-ri-tu-ru-tu-ru
E uma falua andava ao longe a varar
Maio com meu amigo quem dera já
Sempre no mês do trigo se cantará
Que importa a fúria do mar
Ti-ri-tu-ri-tu-ri-tu-ru
Ti-ri-tu-ru-tu-ru
Que a voz não te esmoreça, vamos lutar
Numa rua comprida, El-rei pastor (numa rua comprida)
Vende o soro da vida que mata a dor (vende o soro da vida)
Anda ver, maio nasceu
Ti-ri-tu-ri-tu-ri-tu-ru
Ti-ri-tu-ru-tu-ru
Que a voz não te esmoreça, a turba rompeu
Que a voz não te esmoreça, a turba rompeu (rompeu)
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