Ó senhor do pensamento
Desce aí do teu altar
Larga lá o teu tesouro
Cobre-te no meu vestido
Toma tu o meu lugar
Ventre criador
Jura que parti
Que quando eu voltar
Ganho o que perdi
As senhoras lá de cima
Estão de guarda e são segredo
As senhoras cá de baixo
Estão em marcha, vão sem medo
E todas elas mulheres
Filhas de um mesmo cordão
Fazem do caminho a cura
E das tripas, coração
Ó mãe, ó mãe, ó mãe
Só quero é estar em paz
A amar, a amar, ó mãe
Saber que sou capaz
Fêmeas de unhas e dentes
Estão em campo p’ra valer
Juntas dão o corpo às balas
Onde as tréguas vão nascer
É delas o ministério
Elas vão torcer a saia
Fintam animais de caça
Esperam que a muralha caia
E quando eu der por mim...
Vão chamar por mim....
Digo que morri
Regresso com as marés
Trago sangue novo
E mais uma vida
Ventre criador
Jura que parti
Que quando eu voltar
Ganho o que perdi
Ó mãe, ó mãe, ó mãe
Deixei de ser mulher
A amar, a amar, ó mãe
Ai dê, por onde der
E quando eu der por mim...
Vão chamar por mim....
Digo que morri
Regresso com as marés
Trago sangue novo
E mais uma vida
Tenho um sonho
Um sonho lindo
Dou passeios no escuro
É seguro
Tapo os olhos
E ainda vejo
O que eu nunca vi
Por aí
Nem sozinha
Eu estou só
Penso em todas nós
Ganho voz
Somos três ou
Somos mais
Estamos lado a lado
Neste prado
Comentários
Enviar um comentário