Pedro Abrunhosa na Póvoa de Varzim

Sei que me vês,
Quando os teus olhos me ignoram
Quando por dentro eu sei que choram
Sabes de mim,
Eu sou aquele que se esconde
Sabe de ti sem saber onde,
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Trago-te em mim,
Mesmo que chova no verão
Queres dizer sim,
Mas dizes não
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu,
Sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem esta noite,
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Eu sei que dói,
Sei como foi andares tão só por essa rua
As vozes que te chamam e tu na tua
Esse teu corpo é o teu porto, é o teu jeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Sabes quem sou,
Para onde vou a vida é curva, não uma linha
As portas que se fecham e eu na minha
A tua sombra é o lugar onde me deito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Tens uma estrada, tenho uma mão cheia de nada
Somos um todo imperfeito
Tu és inteira e eu desfeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Tu és a fonte do meu desejo
minha heroína, meu ensejo
barco no Douro à deriva,
sem vento, sem guarida
nem ferros para lançar.
Eu sou o que mais tu podes querer
sou Apolo, sou Adónis
sultão entre os sultões
sem raínha nem mulher.

Há quanto tempo
isto está p'ra acontecer
mais dia, menos dia
vou ter que te dizer:

"Não posso +
viver assim,
olhar p'ra ti
sem te ter perto de mim.
Não posso mais
viver tentado,
pensar em ti
e querer-te ter sempre ao meu lado."

Tu és a minha louca fantasia
noites brancas de magia,
és prosa de um poeta, e na cauda de um cometa
tango dançado ao luar.
Eu sou, herói de banda desenhada,
Errol Flynn de capa'espada,
tiro tudo, não dou nada,
ninguém me vai agarrar.

Há quanto tempo
isto está p'ra acontecer
mais dia, menos dia
vou ter que te dizer:

"Não posso +
viver assim,
olhar p'ra ti
sem te ter perto de mim.
Não posso mais
viver tentado,
pensar em ti
e querer-te ter sempre ao meu lado."

Tu és o meu sonho mais atrevido,
olho e tiro-te o vestido
dizes: "És doido varrido
faz de mim a tua puta"
"Como é vamos p'ra casa experimentar o Kama Sutra?"
Eu sou a sombra do teu destino
sou beijo louco e repentino.
E dou-te aquilo que eu
há muito te quero dar.

Há quanto tempo
isto está p'ra acontecer
mais dia, menos dia
vou ter que te dizer:

"Não posso +
viver assim,
olhar p'ra ti
sem te ter perto de mim.
Não posso mais
viver tentado,
pensar em ti
e querer-te ter sempre ao meu lado."

"Não posso +
viver assim,
olhar p'ra ti
sem te ter perto de mim.
Não posso mais
viver tentado,
pensar em ti
e querer-te ter sempre ao meu lado."

"Não posso +
viver assim,
olhar p'ra ti
sem te ter perto de mim.
Não posso mais
viver tentado,
pensar em ti
e querer-te ter sempre ao meu lado."

Há bombas em Belfast e em Beirute
É preciso afinar o azimute
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
Há mortos na Palestina
E há feridos em Israel
Conversações que não saem do papel
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Há snipers em Sarajevo
E há fome em Bombaim
Guerra civil sem vergonha nem Fim
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
Há fascistas em Berlim e em Moscovo
É o discurso que de velho se faz novo
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E nós todos o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

Frio,
o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar.
Quente,
O chão
Onde te estendo
E te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nú, fiel
Como este vento
Que te navega na pele.
E Pedes-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Sangue,
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.

Eu não sei, que mais posso ser
Um dia rei, outro dia sem comer
Por vezes forte, coragem de leão
As vezes fraco assim é o coração
Eu não sei, que mais te posso dar
Um dia joias noutro dia o luar
Gritos de dor, gritos de prazer
Que um homem também chora
Quando assim tem de ser

Foram tantas as noites sem dormir
Tantos quartos de hotel, amar e partir
Promessas perdidas escritas no ar
E logo ali eu sei

(Que) Tudo o que eu te dou
Tu me das a mim
Tudo o que eu sonhei
Tu serás assim
Tudo o que eu te dou
Tu me das a mim
E tudo o que eu te dou

Sentado na poltrona, beijas-me a pele morena
Fazes aqueles truques que aprendeste no cinema
Mais peço-te eu, já me sinto a viajar
Para, recomeça, faz-me acreditar
Não, dizes tu, e o teu olhar mentiu
Enrolados pelo chão no abraço que se viu
É madrugada ou é alucinação
Estrelas de mil cores, ecstasy ou paixão
Hum, esse odor, traz tanta saudade
Mata-me de amor ou da-me liberdade
Deixa-me voar, cantar, adormecer

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