Não sentes tremer a terra?
Línguas de fogo e de gelo
Não sentes que a luz te ferra
Na nuca e no tornozelo?
Mas só os que ainda crescem
Em massa desobedecem
Tudo murcha, tudo seca
No dilúvio e na aridez
Arde bosque e biblioteca
Nunca mais era uma vez
Greve humana (ilimitada)
Na velha escola (já não se aprende nada)
Mas só os que ainda crescem
Em massa desobedecem
Mas só quem está a crescer
Se insurge contra o poder
Ameaça da extinção
Congestão no espaço aéreo
Águas vão, não voltam não
Os mares viram cemitério
Mas só os que ainda crescem
Em massa desobedecem
Mas só quem está a crescer
Se insurge contra o poder
Para e pensa
Para e pensa
Para e pensa
Para e pensa
Podres migrantes e párias
Multidões de exilados
Mil fronteiras mortuárias
P'ra afastar indesejados
Mas só os que ainda crescem
Em massa desobedecem
Mas só quem está a crescer
Se insurge contra o poder
Se o amor faz sofrer
Se a paixão faz doer
O que o ódio fará
Não soube o que dizer
Magoei sem querer
Mas não queres perdoar
Discutiste
Insististe
E pior não me ouviste
Nem me viste chorar
Eu cedi
Concordei
Admiti que errei
Mas só queres guerrear
E eu sei
Não tem fim
Não queres a paz que trago em mim
Não Não
Argumentos que ferem
Silêncios torturam
Gestos são letais
E afinal, pra quê mais?
Concordar jamais
Mesmo que eu diga sim
E eu sei
Não tem fim
Não queres a paz que trago em mim
Vi também que a paz em ti não fica bem
Não Não
Oh Não
E eu vou
Vou desandar daqui
Antes que o céu
Decida desabar sobre mim
Eu sei
Não tem fim
Tu não queres a paz que trago em mim
Vi também que a paz em ti não fica bem
Não tem fim
Tu não queres a paz que trago em mim
Sei também que a paz em ti não fica bem
Não Não
Eu vou no arrepio
Eu vivo o desconforto
Eu sinto o calafrio
Pressinto o maremoto
Eu falho sempre o tiro
E digo que é por pouco
Faço mira ao destino
Mas do lugar do morto
Isto é um ápice
Isto é um triz
Eu estive quase
P'ra ser feliz
Hesito e não mergulho
O susto não me passa
Eu já não tenho orgulho
Mas prezo a carapaça
É onda que recua
É nuvem que ameaça
Eu já nem saio à rua
Com medo da desgraça
Oh, oh oh
Dentro do meu armário não há verão
Oh, oh oh
Eu sou como o canário da mina de carvão
Eu sinto falta de ar
Eu tenho falta de ar
As aves já não piam
O calo já não sofre
As folhas rodopiam
E cheira a enxofre
Eu sou um gato preto
Eu nunca tenho sorte
Faço secar o trevo
Posso agoirar a morte
É um ápice
É um triz
Eu estive quase
P'ra ser feliz
Oh, oh oh
Aqui no meu armário não há verão
Oh, oh oh
Eu sou como o canário da mina de carvão
Oh, oh oh
No escuro do armário não há verão
Oh, oh oh
Eu sou como o canário da mina de carvão
Eu sinto falta de ar
Preciso sair
Eu tenho falta de ar
Eu quero sair
Não dá p'ra respirar
Eu quero sair
Queima o meu corpo o Sol
Rasgando o meu caixão
Não doer é o que mais dói
A quem já não dá uso ao seu coração
Voem as balas: são de prata
É viver morto que me mata
Na palidez onde moro
Basta uma estaca e eu já coro
Camuflado pelo escuro
Tento escutar o amor, a sua canção
Quero decifrar os sons
Mas só tem ritmo quem tem pulsação
Voem as balas: são de prata
É viver morto que me mata
Voem as balas: arma em riste
Prova ao meu sangue que ele existe
Da palidez
Não sei fugir
Fere o meu peito
E eu vou sorrir
Como se
Por fim, soubesse
Aquilo que do amor se fez
Mas, não sei bem
Nunca sei
Visto que
Vagueio em vão, só
No descrer me demoro
E se tu fores meu chão?
Pois, tu és o que me dás aos dias
És o que cresceu em mim
E ando eu tão perdida
A ver se sim
Se o que sou
Se confunde com o
Que não dou
Quem vai ser capaz de
Querer do amor
Solução? Tu
Tu
Naquilo que dás aos dias
Na soma do que és em mim
Com o que me traz perdida
A ver se sim
Naquilo que dás aos dias
A ver se sim
Só para dizer que te amo
Nem sempre encontro o melhor termo
Nem sempre escolho o melhor modo
Devia ser como no cinema
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém, hey...
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe
Como o mar está do céu
Só para dizer que te amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo
E há até um momento em que digo o que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir
As palavras custam a sair
Não digo o que estou a sentir
Digo o contrário do que estou a sentir
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe
Como o mar está do céu
E é tão difícil
Dizer amor
É bem melhor dizê-lo a cantar
Por isso esta noite
Fiz esta canção
Para resolver o meu problema de expressão
P'ra ficar mais perto
Bem mais de perto
Ficar mais perto
Bem mais de perto
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