Pedro Abrunhosa & os Comité Caviar no Estádio Municipal de Vila Nova de Gaia

 


Não estamos sós na tempestade
Ainda há luz neste mar alto
Ainda há anjos de verdade
Voam sozinhos no asfalto
Semeiam sonhos pelas trevas
Trazem histórias de saudade, meu amor
Não estamos sós na tempestade
Meu pai, não vás da nossa mesa
Não me ensinaste tudo ainda
Esperarei de luz acesa
Conta-me histórias de Coimbra
Foste montanha a vida inteira
Como a distância me incendeia, meu pai
Não vás tão cedo desta mesa
Quando eu voltar, abraça-me por dentro
Aperta-me de tempo, é tão tarde o amor, é tão tarde
O primeiro dia há de ser mais que primeiro
Vem salvar-me por inteiro, no futuro ninguém quer só metade
Meu amor
Não estamos sós na tempestade
Não estamos sós nesta tormenta
Ainda há festa na varanda
Uma canção que a noite inventa
Chega das vozes de outra banda
Alguém…



Aqui começa a terra prometida
Podes entrar ou estar de saída
Ainda é cedo para parar
Teremos tempo para dormir um dia
Trocar o medo pela fantasia
A vida não pode esperar
Esta noite foge comigo
Só no amor somos sem abrigo
Este beijo é de amor antigo
Fomos abençoados
Este é o Porto de todos os barcos
Chegam os loucos voltam encantados
E é por ti que o Douro canta fados
Vem ter comigo aos Aliados
Em 5 horas vou de norte a sul
Sangue de todos é o de cada um
O meu é vermelho o teu é azul
Hei-de te encontrar
Estaremos vivos ao amanhecer
Neve dá pastos que não têm poder
Esta é a luz dos que hão de nascer
E eu hei-de ajudar
Esta noite foge comigo
Só no amor somos sem abrigo
Este beijo é de amor antigo
Fomos abençoados
Este é o Porto de todos os barcos
Chegam os loucos voltam encantados
E é por ti que o Douro canta fados
Vem ter comigo aos Aliados
Parecem dias de anunciação
É o futuro que te agarra ao chão
Pões luz como no São João
Olha que o céu nos vê
O teu corpo chama e o meu responde
Talvez te ame no meio da ponte
Talvez me entregue com o calor de ontem
Chegou a nossa vez
A noite está a chegar
Havemos de nos salvar
A noite está a chegar
Havemos de nos salvar
Parecem dias de anunciação
É o futuro que te agarra ao chão
Pões luz como no São João
Olha que o céu nos vê
A noite está a chegar
Havemos de nos salvar
A noite está a chegar
Havemos de nos salvar


Vou de costas mas vou indo
Onde há quem desça eu vou subindo
O meu casaco de pele
O meu Porsche vermelho
Se eu puxar de papel
Já não me sinto tão velho

Hum, estou bem!
Se os outros vão eu vou também
Gosto que me vejam
O decote em janela
Aprendi esta pose
Já tenho um pé na novela

Olha bem pr'a mim
Já viste alguém assim?

Não há ninguém tão bom
E nada me vai deter

Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!
Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!

Entro de lado no Porto inteiro
Conheço o dono e o porteiro
Tenho um vestido de malha
E um olhar que não falha
Vi na revista do cabeleireiro

Hum, vou a pé!

Levo a guitarra e o djambé
Se há coisa que me oprime
É não ter um Moleskine
Filosofia de rodapé

Olha bem pr'a mim
Já viste alguém assim?
Não há ninguém tão bom
E nada me vai deter

Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!
Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!

Ah, espelho meu!
Eu na terra e o sol no céu
Vou dormir ao som da fama
Este país é por mim que chama

Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!
Vou dar o salto
Vou ser o Rei do Bairro Alto!


Frio,
o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar.
Quente,
O chão
Onde te estendo
E te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nú, fiel
Como este vento
Que te navega na pele.
E Pedes-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Sangue,
Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz,
Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a
pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.


Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca)
me deixa no chão, como um cão
nu sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada,
bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente
e de repente, saber que se está só.
É duro, é puro, o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente
pintado, queimado, vazio assumido
um corpo triste despido
e uma mão que se estende,
depende de quem vier
e é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto,
tudo é deserto
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

Vês o passado dorido, ferido,
agora tudo te é querido.
Memória, vitória, não é esta a tua história.
Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA.
Mentira, roubada, pesada,
uma seringa trocada, um prazer, que agora é nada.
Perdoa se não sei que fazer,
Mas sei que deve doer,
dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor,
e o beijo urgente, premente,
esperança que não dorme, conforme,
e dita o eu estar aqui.
Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra
que me agarra, me prende, me solta,
e a ti dá-te a volta, ao sorriso,
tem calma...

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

Juízo, não tenho medo, não temo
só tremo de pensar...
mas não penso, e tenso te faço viajar
com a voz.
Lembro Novembro passado
quando os dias eram curtos
e as noites de fado,
rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criámos
aprendemos a viver, de cor,
meu amor,
e agora, é hora,
tudo fica por fazer,
quero-te dizer mais uma vez
que te amo, talvez, te quero,
te espero e desespero por ti,
e que isso só por si
me chega p'ra viver,
mesmo quando só houver...
silêncio...
imenso,
e dor, e pior meu amor,
a lembrança que descansa
os olhos teus nos meus...
Adeus.

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma
É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

É preciso ter calma.



Podes rezar ao teu Deus que eu rezo ao meu,
Talvez o meu Deus seja o teu,
Porque só há um Deus no nosso céu,
Chama-se A.M.O.R.
Chama-se
A.M.O.R.
O meu Deus não usa balas nem se explode na multidão,
Que o teu Deus não use ferros nem se esconde na Santa Inquisição,
Porque cada um tem um Deus na sua mão,
E o nosso chama-se
A.M.O.R.
E alguém pergunta ao longe e eu digo:
A.M.OR.
E se o meu Deus fosse uma Mulher e o teu também,
E se se beijassem na boca e no céu se ouvisse: ' Amén!',
Porque todos os Deuses tem destino de Mãe,
E o nosso é A.M.O.R.
Não é outro o nosso Deus que não
A.M.O.R.
E alguém me diz ao longe chama-se
A.M.O.R.
E há pobres e loucos que dizem:
A.M.O.R.
Podes pedir ao meu Deus que eu peço ao teu,
Que nos dê a Paz e a Luz e a Vida que nenhum ódio venceu,
Porque sabes onde estiver esse Deus estarás tu, estarei eu,
É um Deus que dá pelo nome
A.M.O.R.
E tu perguntas como se chama esse Deus e eu digo:
A.M.O.R.
E os tristes e os fracos dizem:
A.M.O.R.
E são poucos os loucos que não tem
A.M.O.R
E é por isso que eu quero que tu digas comigo A.M.O.R.
E alguém na rua diz
A.M.O.R.
E eu digo mais uma vez
A.M.O.R.
Chama-se
A.M.O.R.



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