Márcia no Museu do Futebol Clube do Porto

Escrita fina
Quando corre ensina
Não dura um deserto que atravesse
Pode ir sendo
Que demore um tempo
Mais tarde ou mais cedo
Lá me acerto

Na lembrança
O meu céu de criança
A quem nunca se entrega um tom cinzento
Por momentos
Vem num pensamento
E uma nuvem chove cá por dentro

Quase nada
(Experimento o céu de negro que há de norte a sul)
Nunca me conforma
(Prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
A insatisfação
(Temo que haja pouco pra me contentar)
Nunca me abandona
(Mas nada me impede de tentar)

Porque tento
Andar atrás no tempo
E entender a chuva que acontece?
Como por magia
Há sempre um novo dia
E outra Lua Nova que anoitece
Se a madrugada traz uma canção
Pouco importa que me insista hoje em dia não
Tomei o meu fastidio pra me atormentar
Pedras no meu trilho são pra me assentar

Quase nada
(Experimento o céu de negro que há de norte a sul)
Nunca me conforma
(Prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
A insatisfação
(Temo que haja pouco pra me contentar)
Nunca me abandona
(Mas nada me impede de tentar)

Mesmo transformando em nosso o que era meu
Se és a sorte do caminho que a vida escolheu
Canta que me afina, faz-nos avançar
Premeia-me o destino por te ver dançar

Quando acordar do sono que eu escolhi
Quero ter no meu cantinho sempre mais de ti
Cada rosa, cada espinho que tanto cresceu
Mesmo quando venham pra nublar-me o céu

Quase nada
(Experimento o céu de negro que há de norte a sul)
Nunca me conforma
(Prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
A insatisfação
(Temo que haja pouco pra me contentar)
Nunca me abandona
(Mas nada me impede de tentar)

Tu não tinhas dito nada
Eu agia conforme
Tentei matar o tempo
que agora me some

Eu olhei pela janela
Parecia um dia cansado
Eu sempre em sentinela
Tu sempre atrasado

Eu fiz o que era o justo
por mais difícil, por tanto que custe
Agora sei que vais levar-me a sério.
Fiz o que era suposto;
limpei as lágrimas do meu rosto
Fui rua fora procurar mistério

E eu não tinha visto nada
eu nem sabia o meu nome
Fui vendo ao longo da estrada
a sombra que consome

Mas eu fiz o que era justo
Por mais difícil por tanto que custe.
Assim vais ter de me levar a sério
Fiz o que era suposto;
limpei as lágrimas do meu rosto
E fui-me embora
procurar mistério.

Tu não querias mesmo nada
Tu não contavas as horas
Tu querias só o tempo
que agora te sobra.

Mas eu fiz o que era justo
por mais difícil por tanto que custe
Agora sei que vais levar-me a sério.
Fiz o que era suposto;
limpei as lágrimas do meu rosto
E fui-me embora
procurar mistério.

Tu não tinhas dito nada
E eu agia conforme
Adormeci o nosso amor
que agora dorme

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