Trabalhadores do Comércio no S. João de 2017

Eram dez para uma no restaurante
Almoçava alarve mente
A meio do café um garçon pedante
Chegou-se e pôs-ma conta frente
Atao bebi o brande todo dum trago,
Berrei pró homem num pago, num pago;
O gaijo bronco chamou o gerente,
Saltei pa trás, saquei, saiu o pente...
Pra num andar cadeiras pru are,
Atao pus-ma gritar:

Chamem a policia, chamem a policia,
Chamem a policia Chamem a policia, queu num pago.

Fui ver Lisboa à noite
Parei no Rossio
Numa noite sem frio
Mandei vir uma cola
E um guardanapo
E o cara de sapo
Pediu me logo o taco o malcriadao
Num me contive passei lhe um sermão
Disse qu'era uso da confeitaria
Qu'era mais seguro no tempo que corria
Fazia andar com cadeiras pro ar
Então pus-me a gritar!

Chamem a policia, chamem a policia
Chamem a policia, chamem a policia

Febras de sábado à noite ... febras ...
Febras de sábado à noite ... febras ...

À porta do cine
Olhos sem durmir
Nuá nada qu'anime
Mais que cunseguir
Entradas pr'a febre
é a loucura total
A ber quem s'atrebe
A num estar até ò final

Som febras de sábado à noite ... febras ...
Febras de fim de semana ... febras ...

A raxa na coixa
A coixa bai na meia
A mamá deriba
De língua a boca cheia
Tatoo nu imbigo
Curpete a fugir
Nem sei o que digo
é a febre a subir

Febras de sábado à noite ... febras ...
Som febras de fim de semana ... febras ...

Olhar de malícia
Lábios de carmim
Som uma delícia
E quéruas só p'ra mim
Já chega do tema
As febras já terminam
Sei qu'é uma pena
Som as febras que m'animam.

Som febras de sábado à noite ... febras ...
Som febras de fim de semana ... febras ...

Já não quero mais comer
Já estou farto de ir à escola
O que eu gosto é de correr
E de andar ao chuto à bola.

Não visto mais calções
Nem bebam do que eu tenho
Não me deiam encontrões
Quando caio eu não saio.

Cala essa boca, não digas isso, isso é pecado
Olha que o Pai e o Jesus fica zangado.

Não custa nada por o sabudo a ser delicado

Ou Tás Quietinho Ou Lebas No Fucinho

Já estou farto de ir à Missa e de rezar o Pai-nosso
E não gosto que me obriguem a comer do que não gosto
Só me impingem babozeiras
Só me querem magoar
E são tantas as asneiras mas eu tenho que calar.

Cala essa boca, não digas isso, isso é pecado
Olha que o Pai e o Jesus fica zangado.

Eu só pergunto mas ele fica todo atrapalhado.

De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom
Bou à loija do Juom
Cu meu are mais mulëngom
De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom

De manhá eu bou ò pom
Cu meu are mais mulëngom
Lebum oilhinda fichado
Uoutro bai malancurdado
De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom

Galgando a iscadaria, ia
Cantándo a meludia, ia
E atravesó eistrada
Despois dulhare atênto
E quando num bem nada
Eu cruzuasfalto
E só dum salto, eu entro

-Bom dia sinhore Juom, beinho buscar o ponzinho!

Descasquei a larainjinha
Cua faquinha e cu garfinho
Ficou tudimpressionado
Cu meu are benhiducado
Descasquei a laranjinha
Pruquetou prai birado

Descasquei a larainjinha
Cua faquinha e cu garfinho
Ficou tudimpressionado
Cu meu are benhiducado
Descasquei a laranjinha
Pruquetou prai birado

Num gosto que mubriguem, briguem
Astar cum are dalguém, bem
Mas dá-mum certo gozo
Pasmare o pessuale
E ponhum are celoso
Já sei decore
Que ninguém quere o meu male

De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom
Bou à loija do Juom
Cu meu are mais mulëngom
De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom

De manhá eu bou ò pom
Descasquei a larainjinha
Cua faquinha e cu garfinho
Ficou tudimpressionado
Cu meu are benhiducado
Descasquei a laranjinha

De manhá eu bou ò pom
A saquinha bai na mom
Cu meu are mais mulëngom
Bou à loija do Juom

Descasquei a larainjinha
Cua faquinha e cu garfinho
Oh yeah
Ficou tudimpressionado
Cu meu are benhiducado
Pruquetou prai birado
Descasquei a larainjinha

Sou um gajo do Porto
Olha a grande nobidade
Represento bibo ou morto
O mau jeito da cidade

Um mau jeito com seus ques
ou bice-bersa é claro
Trocar os Bs pelos Bs
Tem muita graça e é raro

Curaçon, telebison
É como pronunciamos
Mas tem sempre som e tom
Aquilo de que falamos

Sim, sou um gaijo do Porto
Sim, sou um gaijo do Porto

Tripas som manjar só nosso
Feitas à moda do Porto
E sabemos dar no osso
Se a coisa dá pró torto.

Cunfeitaria ou café
num suplantam um bom tasco
Ondo balcom semprimpé
Bai do maduro ou do berdasco

Curaçon, telebison
É como pronunciamos
Mas tem sempre som e tom
Aquilo de que falamos

Sim, sou um gaijo do Porto
Sim, sou um gaijo do Porto

Quando a lua descobre
essa mancha acinzentada
quando a boz te trai
num grito de dor
só o lenço te cobre
essa pele mal tratada
o que bem e o que bai
segue um rasto de amor

Se o corpo te dói
e as pernas te pesam
há uma mão que te agarra
mas que nunca te amarra

e logo outro para diante de ti
e te pergunta pelo nome
o teu nome é G-L-O-R-I-A
G-L-O-R-I-A Glória

Fecharam-se as portas
que a noite já ia alta
um quarto e um long drinque
é o que ainda te falta;
e palmilhas toda a rua
e de nobo reparas na lua
o teu nome é G-L-O-R-I-A
G-L-O-R-I-A Glória

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