Tiago Bettencourt


Enquanto muito se inventa
Apontando para disparar
Enquanto muito se imita
Carregando para arrancar
Porque só sabe quem tenta
Porque só arde o que vem de ti
Porque só cede quem cega
Porque não finge quem é de si
E quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber
Guarda para lá do mar o que tentámos ser
Sei que há gente que nega
Sei que há gente sem direcção
Sei que há gente que ferra quando despe imitação
Mas é de ferro esta seta e há verdade noutro lugar
É eterno o poeta
E acredita quem navegar
E quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber
Guarda para lá do mar o que tentámos ser
Quando não se confia e quando o mundo nos cerca
Quando o olhar se desvia
Quando o deserto nos cerca
Canta o que te ergue
Que mãos dormentes não vão saber
Canta por quem te segue
Canta para quem te vê crescer
E quando o teu sonho arder no temporal
Tenta-te descobrir
Tenta-te perceber
Guarda para lá do mar o que tentámos ser

Eu não sei quantas vezes te vais matar até eu cair
Eu não sei quantas vezes vais fugir para não voltar
Eu não sei qual das fugas iguais será excepção
E talvez um dia seja eu a largar a mão
Eu quero ver quantas vezes me vais ferir até ganhar
Quero saber se o que vem te dá razões para confiar
e entender que eu te sei sarar, te sei fazer feliz
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois... os dois...
E ninguém te vai prometer que é para sempre a paixão
E ninguém te vai jurar que é o fim da solidão
Mas eu não te sei apagar sem que possas entender:
o que o acaso nos mostrou a razão fez esquecer...
Porque eu sei que existir ao pé de ti é bem melhor
Eu sei que depois da tempestade vem azul
Eu já sei de cor o espaço do teu corpo para mim
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois... os dois...
Eu não sei quantas vezes te vais matar até cair
Mas se é tão fácil escurecer e tão simples eu fugir...
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois,
os dois.

Pó de Arroz,
Na face das pequenas
Será beleza apenas, só
Uma corzinha com
Pó de arroz
Rosa é, mulher o pôs
E o homem vai nas cenas
É feia da outra vez
É como enfeitar um embrulho
Arroz com gorgulho talvez
Pó de arroz
Do teu arrozal
Esse pó que é fatal
És a tal que me encanta com
Pó de Arroz
Não faz nenhum mal
É de arroz integral
Infernal, quando chegas com
Todo o teu arroz (bis)
Pó de Arroz
Tens hoje só pra mim
Pós de perlimpimpim
És um arroz doce sim
Pode ser
Um canto de sereia
Serei a tua teia
E tu serás meu algoz
Mas quando te vais alindar
Alindada vens dar no arroz

há qualquer coisa de leve na tua mão
qualquer coisa que aquece o coração
ha qualquer coisa quente quando estas
qualquer coisa que prende e nos desfaz
e fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
a forma dos teus braços sobre os meus
os tempo dos meus olhos sobre os teus
mexo nos teus ombros para provar
tudo aquilo que pediste para mudar
fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
fazes muito mais...
tens os raios fortes a queimar
todo o gelo foi o que construí
entras no meu sangue devagar
e eu transbordava dentro de ti
tens os raios brancos como o rio
sou eu que saio do escuro para te ver
tens os raios puros no luar
sou quem grita fogo para te ter
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais...
quero ver as cores que tu vês
para saber a dança que tu és
quero ser o vento que te faz
quero ser o espaço onde estás
deixa ser tão leve a tua mão
para ser tão simples a canção
deixa ser das flores o respirar
para ser mais fácil te encontrar
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais...
vem, quebrar o mundo, vem
saber se há depois
sentir que somos dois
mas que juntos somos mais...
quero ser razão para seres maior...
quero te oferecer o meu melhor...
quero ser razão para seres maior...
quero te oferecer o meu melhor...
e fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol...

Que bonita é Pilar
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Que bonita é Leonor
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Inês sabe quanto vale
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Carolina quer-me bem
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Júlia diz que quer também
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Ana dança para mim
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Margarida faz que sim
Mas eu não a quero
Mas eu não a quero
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Quero é Maria
Maria sabe quem sou, por trás das luzes
Sabe quem sou, por trás da luz
Sabe quem sou, por trás das luzes
Sabe quem sou, por trás da luz
E só eu sei, quem, Maria, é
Só eu sei, quem, Maria, é

A vida é distante
No tempo suspenso
A vida é distante
No nosso presente
É quente o que vejo
Mas frio o que sinto
É mentira o que tenho
Mas sei o que vejo
No meu labirinto
A vida é distante
De tempo intenso
A vida é distante
No fumo imenso
É quente o pó
É cego o nó
É mentira o que vem
Mas vejo o que sinto
No meu labirinto
No meu labirinto
Há gente que cai
Depois de perder há gente que cai
Vê quem parou
Olha o que dói.
A vida é distante
E o tempo foge
A vida é distante
E o tempo urge
Está quente o Sol
Mas frio o chão
Tudo é ilusão!!!
Não vês o que sinto
No meu labirinto?
Que enquanto se compra
Enquanto se quer
Enquanto se tira
O mundo suspira
Enquanto se mata
O mundo dispara
E vamos caindo...
É isto que sinto no meu labirinto
No meu labirinto
Há gente que cai
Depois de perder há gente que cai
Vê quem parou
Olha o que dói.
Quando chuva cai
Vê que não sai
Quando chuva cai
Vê que não sai
Entro no túnel para ver a luz
Quando chuva cai
Vê que não sai.
Quando chuva cai
Vê que não sai, não sai, não sai

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